Tendência segue hábito de 46% dos brasileiros que aceitam pagar mais por um produto que tenha cuidado ambiental
03/03/2024 - A sustentabilidade aporta de vez no mercado imobiliário
Bloquete mosaico. Produto substitui o piso de asfalto, reduzindo o uso de derivados do petróleo
Você pensa em sustentabilidade quando compra uma roupa, um alimento, um imóvel ou qualquer outro produto? Pois em todo o planeta os consumidores levam cada vez mais em conta os impactos ambientais na hora de adquirir um bem.
A pesquisa Future Consumer Index, da consultoria EY, indica que 73% dos brasileiros estão extremamente preocupados com a fragilidade do planeta, 60% acreditam que comprar e se comportar de forma sustentável é um princípio de vida, e outros 71% pretendem prestar mais atenção ao impacto ambiental nos consumos futuros. O estudo é do ano passado e ouviu 21 mil pessoas em 27 países, inclusive no Brasil.
A tendência já foi detectada pelo mercado imobiliário. As incorporadoras hoje em dia investem em sustentabilidade desde o momento em que começam a desenvolver o projeto de um residencial. Não é para menos!
Ainda de acordo com a EY, 93% dos brasileiros modificaram seus hábitos para economizar água, 73% seguem práticas para reduzir as emissões de CO2, e 80% reciclam/reaproveitam produtos após o uso. Na hora de comprar, 46% estão dispostos a pagar mais por produtos feitos de maneira sustentável, 66% escolhem com base no impacto ambiental de um produto ou serviço, e outros 73% estão mudando para alternativas sustentáveis nos produtos que adquirem.
— Não tem preço saber que a construção de um empreendimento escolhido teve preocupação com a pegada de carbono e com a redução do consumo de energia. No caso do Ilha Pura, foi evitado o equivalente a mais de 14 meses de consumo residencial de eletricidade de uma cidade do tamanho de Niterói. Isso mostra que a escolha de um imó- vel ali foi assertiva em todos os sentidos — observa a gerente de Incorporação da Carvalho Hosken, Talitha de Abreu.
Os empreendimentos da incorporadora já saem da prancheta com inteligência artificial via automação predial para controle e monitoramento inteligente; sistemas de energia renovável, como painéis fotovoltaicos; sistemas de tratamento de águas cinzas para reúso; sistemas de captação de água de chuva; e sistemas de abastecimento de veículos elétricos.
MICROCLIMA
São itens que a maioria das empresas vem adotando. Algumas inovam mais. A Calper, no Cidade Arte Barra, além das práticas habituais, está trocando o asfalto por bloquetes mosaicos, de olho na redução dos derivados de petróleo. O projeto também incorpora o plantio de milhares de árvores para criar um microclima que resultará em temperaturas mais baixas e maior concentração de oxigênio.
— O empreendimento excede em seis vezes a capacidade de armazenamento de água da chuva exigida pela legislação municipal, eliminando a necessidade de consumir água para irrigação — explica o CEO da Calper, Ricardo Ranauro.
O Mare, que a MR2 ergue no Pontal Oceânico, é rodeado por um cinturão de áreas de preservação ambiental. A natureza foi incorporada ao projeto, que também conta com coleta de lixo seletiva, tomadas para carros elétricos e estrutura pronta para quem quiser instalar placas solares. A combinação de sustentabilidade e praticidade aparece, por exemplo, no sistema de reaproveitamento de água da chuva, que servirá tanto para regar as plantas quanto para lavar as calçadas.
— O Mare foi desenhado para trazer o meio ambiente para dentro do condomínio, aproveitando o fato de estar cercado pela natureza — diz o gerente Comercial da MR2, Carlos Palhares.
Na Mozak, os projetos partem da premissa do uso consciente de recursos. E isso vale tanto para as áreas comuns como para as unidades residenciais, que contam com medição individual de água e bacias sanitárias com racionalização do fluxo de descargas, com duas opções de vazão.
— As jardineiras em janelas e varandas, muito apreciadas pelos clientes, também estão no rol de iniciativas sustentáveis, porque proporcionam conforto térmico e sensação de bem-estar — afirma a gerente de Projetos da Mozak, Clarissa Grinstein.
Fonte: Morar Bem - O Globo